Após as informações de que o presidente Jair Bolsonaro pensava em demiti-lo, o ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta confirmou nesta segunda-feira (6) a continuidade no cargo. A informação foi confirmada em entrevista coletiva aos jornalistas após reunião do ministro com o chefe de Estado.
Mandetta admitiu a tensão pela possibilidade em sair do cargo e agradeceu à equipe, mas garantiu que vai continuar trabalhando contra o coronavírus. “[As críticas] Têm sido uma constante no ministério. Adotaram uma determinada linha de termos muitas vezes que voltar, fazer contrapontos, para poder reorganizar a equipe que fica numa sensação de angústia”, declarou.
O titular da pasta afirmou que o trabalho nesta segunda rendeu abaixo do esperado pois a equipe estava com a “cabeça avoada” com as informações de que Bolsonaro poderia coloca-lo para fora. “É muito difícil num momento em que todos estão com os nervos a flor da pele pelos mais diversos motivos. É muito difícil trabalhar nesse sistema aonde a gente não sabe como vai ser o próximo dia ou a próxima semana. A gente não sabe se a doença vai se comportar igual se comporta nos outros países”, comentou.
Segundo o jornal O Globo, após a veiculação do intuito de que o presidente da República iria demitir nesta segunda o ministro em meio à crise, autoridades se articularam para tentar impedir a demissão. De acordo com a reportagem, os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e do Supremo Tribunal Federal (STF), “entraram em circuito” para tentar impedir a saída de Mandetta.
Alcolumbre ligou para o ministro Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) dizendo que, caso a demissão fosse concretizada, a relação do governo com o Parlamento "ficaria muito difícil".
Toffoli, por sua vez, fez chegar ao Planalto a informação de que a decisão de Bolsonaro pegaria mal com a suprema Corte, e pediu ao ministro que pregasse harmonia com Bolsonaro.
Segundo a revista Veja, militares, como Walter Braga Netto (Casa Civil) e Luiz Eduardo Ramos (Governo), convenceram Bolsonaro de que, por ora, a melhor decisão era não demitir Mandetta. (BN)
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