domingo, 28 de março de 2021

Morte do PM Wesley na Bahia. Quem realmente puxou o gatilho?



Após o lamentável episódio ocorrido na tarde deste domingo (28) no Farol da Barra/Salvador-Ba, teve início uma enorme discussão sobre o que realmente aconteceu. A imprensa, a polícia, sindicatos e populares emitiram e emitem sua opinião acerca do fato. No entanto, a estória pode ter outro lado, que por sua vez levanta uma outra discussão: o que de verdade, vem acontecendo com a segurança pública na Bahia? A própria Polícia Militar vem passando por repentinas mudanças, que em alguns casos não conseguem sequer serem justificadas. Coincidentemente, parece que o trágico acontecido, culmina como consequência dessas mudanças a exemplo da troca de comando geral da PM/BA, como também em comandos e sub-comandos regionais.
Não somos especialistas no assunto e talvez não devamos emitir opiniões precipitadas sobre o assunto. O acontecido de hoje, pode ser apenas a ponta do iceberg. Vamos por enquanto, aguardar novas e claras informações sobre o assunto. Enquanto isso, reproduzimos abaixo declarações do Professor Rodrigo Rocha, ex-Policial Militar, advogado, Mestre em Cultura, Coordenador do curso de Direito UNIFTC/Jequié, que foram postadas em suas redes sociais neste domingo após o fatídico desfecho.

Posso falar dessa instituição PMBA. 

Passei 09 anos. Os últimos 05 anos militando na ASPRA BAHIA. Posso falar com propriedade. 

Hoje a instituição mostrou um pouco do que ela é, desnuda. Um integrante, doente, perseguido, cansado, assoberbado, inassistido, protesta. Têm várias queixas, os vídeos e áudios não deram conta de transmitir. 

Barreiras de isolamento com muita proximidade. Imprensa jogada pra longe, silenciada também. Não pode cobrir com exatidão o teatro dos horrores. Tiro de precisão é no singular, e deve cessar quando se neutraliza o "alvo". Os vídeos todos que a internet denuncia são claros e mostram a distância, mostra ainda a permanência dos disparos mesmo com o corpo ao chão. 

Pouco importa se o sujeito é filho de alguém, pai de alguém, irmão de alguém. A questão é neutralizá-lo. Basta apenas uma excludente, um pretexto, um álibi. A covardia segue com o silenciamento dos subordinados, ESTÃO PROIBIDOS de falar sobre "essa crise ocorrida na capital do estado". Nada de blog, jornalistas, ou rede social. É para continuar sendo terra que filho chora e mãe não vê. Mas e a "livre manifestação do pensamento?". Uma classe tolhida, castrada, controlada, restringida de diversos direitos de cidadania dentro de uma democracia. Sempre digo que MILITARISMO é um LIMITARISMO. A bandeira é essa, é o que acredito. Esse texto geraria procedimento disciplinar se eu ainda fosse da corporação! Afinal, subalterno não pode falar em nome ou sobre a instituição. 

Uma vez escrevi sobre omissão de socorro a policial que passou mal no carnaval "O soldado convalescente e o Major mandão" (2014), fui silenciado, obrigado a apagar a postagem. Funciona assim desde sempre. São alguns porões da Polícia que sujou suas mãos contra um de seus integrantes. O jovem policial assassinado eram doente, quantos sinais ele deu? Quantas vezes ele deve ter deixado transparecer sentir dor, incômodo, dificuldade com alguma situação? 

Lamentável o tratamento dado. Necropolitíca, é só um número, um cadastro, são tantos outros ainda para perseguir, humilhar, tolher, castrar e abater se for preciso.

quinta-feira, 18 de março de 2021

Senador Major Olímpio morre vítima da covid-19

 


Morreu, nesta quinta-feira (18), o senador Major Olímpio (PSL-SP), de 58 anos. O parlamentar estava na UTI do hospital São Camilo, em São Paulo, por conta da covid-19 desde o dia 6 de março. A informação foi confirmada pela assessoria do político.

"Com muita dor no coração, comunicamos a morte cerebral do grande pai, irmão e amigo, Senador Major Olimpio. Por lei a família terá que aguardar 12 horas para confirmação do óbito e está verificando quais órgãos serão doados. Obrigado por tudo que fez por nós, pelo nosso Brasil.", escreveu a equipe do senador nas redes sociais.

Após 29 anos na Polícia Militar do Estado de São Paulo, Olímpio se elegeu pela primeira vez como deputado estadual em 2007. Em 2015, conquistou uma vaga na Câmara dos Deputados e, nas últimas eleições, em 2019, foi eleito senador. Antes apoiador ferrenho do presidente Jair Bolsonaro, Major Olímpio foi um dos muitos parlamentares do PSL a romperem com o governo federal. Ele deixa esposa e dois filhos.

Olimpio é o terceiro senador que perde a vida após complicações pelo novo coronavírus. Em outubro do ano passado, Arolde de Oliveira (PSD-RJ), de 83 anos, morreu após ser infectado. Em fevereiro deste ano, o decano do Senado, José Maranhão (MDB-PB), faleceu após lutar contra a doença. (TC)

Herzem Gusmão não resiste e morre após complicações da Covid-19

 

Morreu nesta quinta-feira (18), o prefeito da cidade de Vitória da Conquista, no Sudoeste baiano, Herzem Gusmão (MDB). O político testou positivo para a Covid-19 em dezembro do ano passado e, a partir daí, enfrentou um longo processo na luta pela cura da doença. Após apresentar sutis melhoras no quadro, Herzem chegou a ser transferido novamente para a Unidade de Tratamento Intensivo do Hospital Sírio Libanês, onde estava internado em São Paulo desde 26 de dezembro de 2020, mas acabou não resistindo.

As informações sobre o velório do político serão passadas pela Secretaria de Comunicação, de acordo com a família do prefeito. Herzem testou positivo para a Covid-19 em 7 de dezembro do ano passado. Dez dias depois ele foi diagnosticado com uma lesão pulmonar e precisou fazer uso de oxigênio para respirar com mais conforto.

Já no dia 26 do mesmo mês, foi transferido para o Sírio-Libanês, onde deu entrada com um quadro de pneumonia secundária. Em 1º de janeiro deste ano, não tomou posse como prefeito, o que só aconteceu no dia 8, um mês após ter contraído a doença.

No dia 12 de janeiro a equipe médica que o acompanhava, os médicos Roberto Kalil, Carlos Carvalho e David Uip, cogitou transferi-lo para a semi-intensiva do hospital, o que ocorreu apenas no último dia 18. Enquanto esteve tratando da doença, a vice-prefeita Sheila Lemos (DEM) esteve à frente da prefeitura. 

Natural de Vitória da Conquista, ele nasceu em 2 de junho 1948. Herzem Gusmão deixa esposa, três filhos e um neto. O político era formado em Direito, mas se especializou em Jornalismo e se destacou pela paixão ao radiojornalismo. Atuou como gerente da Associação de Poupança e Empréstimo da Bahia (ASPEB) e também trabalhou no  Banco Econômico em 1984.

Na  Assembleia Legislativa da Bahia, após assumir mandato como deputado pelo PMDB em 2015, Herzem atuou como  vice-presidente da Comissão de Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia e Serviço Público e também foi titular de comissões que abordaram temas como: Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia e Serviço Público, Direitos Humanos e Segurança Pública , Finanças, Orçamento e Fiscalização e Controle. (BN)