Romulo Maciel Filho, alvo da Operação Pulso, teria ligação com organização que fraudava licitações da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia, vinculada ao Ministério da Saúde
O dinheiro vivo que ‘choveu’ na manhã desta quarta-feira, 9, em Recife, durante a Operação Pulso, da Polícia Federal, saiu da janela do apartamento do presidente da Hemobras, o economista Romulo Maciel Filho. A informação é da Polícia Federal. Quando os agentes cercaram o prédio maços de notas de real foram arremessados janela afora, espalhando-se pela calçada e ruas próximas.
Romulo Maciel Filho é um dos principais alvos da Operação Pulso, que combate esquema de fraudes em licitações e desvio de recursos públicos na Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobras), vinculada ao Ministério da Saúde.
Outro alvo é o diretor de Produtos Estratégicos e Inovação da Hemobras, o médico Mozart Sales, ex-ministro interino da Saúde e criador do Programa Mais Médico – polêmica aposta do governo Dilma Rousseff para a saúde pública.
A PF ainda não contou quanto dinheiro ‘voou’ do apartamento de Romulo Maciel.
Com mestrado em Planejamento e Gestão de Políticas de Saúde pela Leeds Metropolitan University (1997) e doutorado pelo Instituto de Medicina Social da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (IMS/Uerj), concluído em 2007, ele deverá ser indiciado no inquérito sobre fraudes na Hemobras.
A PF informou que Maciel Filho foi afastado do cargo.
O diretor-presidente da Hemobras está sob suspeita de envolvimento em um esquema de fraudes em licitações para beneficiar uma empresa.
Foram presos dois suspeitos, Delmar Siqueira Rodrigues e Juliana Siqueira Rodrgues, sócios da empresa que dava ‘cobertura’ nos pregões eletrônicos.
A Polícia Federal informou que a Operação Pulso obteve o bloqueio de milhões de dólares em contas dos investigados em Angola, Miami, Nova York e Nassau, nas Bahamas.
Foram mobilizados 170 policiais federais para cumprir as medidas previstas nesta fase da Operação Pulso, que recai sobre ilícitos em diversas licitações e contratos de logística de plasma e hemoderivados e na obra de construção da fábrica em Goiana, Pernambuco.
A Hemobrás tem a missão de alcançar autonomia tecnológica na produção de medicamentos derivados do sangue necessários para abastecimento de pacientes da rede pública de saúde brasileira. Durante a operação, segundo a PF, percebeu-se que inúmeras amostras de sangue coletado que deveria ser transformado em medicamentos contra a hemofilia e outras doenças deixaram de ser fabricados em virtude de ter sido armazenado de forma inadequada tornando-se inapropriado para a produção dos medicamentos.
Os delitos investigados são peculato, corrupção passiva e ativa, fraude à Lei de Licitações, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e organização criminosa. (ESP)
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