quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Dinheiro ‘voou’ da janela do presidente da Hemobras, diz PF

Romulo Maciel Filho, alvo da Operação Pulso, teria ligação com organização que fraudava licitações da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia, vinculada ao Ministério da Saúde

O dinheiro vivo que ‘choveu’ na manhã desta quarta-feira, 9, em Recife, durante a Operação Pulso, da Polícia Federal, saiu da janela do apartamento do presidente da Hemobras, o economista Romulo Maciel Filho. A informação é da Polícia Federal. Quando os agentes cercaram o prédio maços de notas de real foram arremessados janela afora, espalhando-se pela calçada e ruas próximas.
Romulo Maciel Filho é um dos principais alvos da Operação Pulso, que combate esquema de fraudes em licitações e desvio de recursos públicos na Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobras), vinculada ao Ministério da Saúde.
Outro alvo é o diretor de Produtos Estratégicos e Inovação da Hemobras, o médico Mozart Sales, ex-ministro interino da Saúde e criador do Programa Mais Médico – polêmica aposta do governo Dilma Rousseff para a saúde pública.

A PF ainda não contou quanto dinheiro ‘voou’ do apartamento de Romulo Maciel.
Com mestrado em Planejamento e Gestão de Políticas de Saúde pela Leeds Metropolitan University (1997) e doutorado pelo Instituto de Medicina Social da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (IMS/Uerj), concluído em 2007, ele deverá ser indiciado no inquérito sobre fraudes na Hemobras.
A PF informou que Maciel Filho foi afastado do cargo.
O diretor-presidente da Hemobras está sob suspeita de envolvimento em um esquema de fraudes em licitações para beneficiar uma empresa.
Foram presos dois suspeitos, Delmar Siqueira Rodrigues e Juliana Siqueira Rodrgues, sócios da empresa que dava ‘cobertura’ nos pregões eletrônicos.
A Polícia Federal informou que a Operação Pulso obteve o bloqueio de milhões de dólares em contas dos investigados em Angola, Miami, Nova York e Nassau, nas Bahamas.
Foram mobilizados 170 policiais federais para cumprir as medidas previstas nesta fase da Operação Pulso, que recai sobre ilícitos em diversas licitações e contratos de logística de plasma e hemoderivados e na obra de construção da fábrica em Goiana, Pernambuco.
A Hemobrás tem a missão de alcançar autonomia tecnológica na produção de medicamentos derivados do sangue necessários para abastecimento de pacientes da rede pública de saúde brasileira. Durante a operação, segundo a PF, percebeu-se que inúmeras amostras de sangue coletado que deveria ser transformado em medicamentos contra a hemofilia e outras doenças deixaram de ser fabricados em virtude de ter sido armazenado de forma inadequada tornando-se inapropriado para a produção dos medicamentos.
Os delitos investigados são peculato, corrupção passiva e ativa, fraude à Lei de Licitações, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e organização criminosa. (ESP)


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